Nunca, como meu amigo me fez perceber, é uma palavra muito forte. Tenho, aprendido que o "nunca" pode se tornar um:
"Talvez ou quem sabe um dia?"
Ao finalizar um exercício em pleno sábado pela manhã, algo que até dias atrás eu teria falado:
- Nunca faria isso!
Ou até sendo muito sincera comigo e com vocês:
- Isso lá é jeito de relaxar?
A informação diminuiu, potencialmente, à ignorância. Me trouxe, uma imensa alegria. Era como se tivesse me tornado outra pessoa e me abraçado, bem forte e apertado.
Ao enfrentar ou tentar lidar com aquilo que nos incomoda, nossos "nuncas", podem ser um movimento que leva tempo. Que pode ter sido iniciado anos atrás ou há alguns dias, mas para se consolidar, se tornar um novo e bom hábito, exige tempo. Contudo, celebrar cada dia que consegue. Que escolhe fazer o que precisa ser feito e que ninguém pode fazer por você, é sim, uma grande conquista, um grande passo e satisfação consigo mesma (o).
E levando em conta que cada um é um. Que cada um relaxa, se cuida, se sente bem de uma forma. Como por exemplo: parar e tomar um café. Sentar após horas à fio em casa cuidando, nutrindo e sem perceber que aquele espaço, sofá, puffs é seu e se convidar à sentar e as pernas que latejam agradecem...
Já fiz movimentos como os citados e outros. Complemento, partilhando que nem sempre percebemos o quanto estamos cansadas, sobrecarregadas, sendo até cruéis ou simplesmente: não sendo gentis conosco.
Não sei qual é o SEU cuidado consigo. Mas partilho essa reflexão, porque talvez, seja mais simples do que parece e normalmente se começa pelo que é possível, DENTRO das suas possibilidades e realidade, iniciar algo que faça bem e então estará fazendo o seu: NUNCA, aquilo que não se via fazendo e até quem sabe, gostando!
Li uma frase de Aristóteles (horas antes de postar essa News):
Eu não tenho vergonha de mudar de opinião porque não tenho vergonha de pensar.
Se não faz, quem sabe pensar mais em você? Ou fazer um nunca, vai que se torne um talvez?! Quem sabe um dia, né?!
Se abrace como se houvesse outra pessoa te abraçando.
Ótimo fim de semana, que fica melhor pós feriado!
Quem sabe na sua pausa…
Li a última newsletter da
e me chamou muito atenção a seguinte frase:“Exaustão significa ir até um ponto em que não é possível ir além; burnout significa chegar a esse ponto e se forçar a continuar, por dias, semanas ou anos.” do livro “Não aguento mais não aguentar mais: como os Millennials se tornaram a geração do burnout” da escritora Anne Helen Petersen
Não li o livro e descobri ele ao ler essa edição da Contente. Mas o ponto importante, ao mencioná-lo aqui e faço com base na frase uma analogia, trazendo a pergunta que fiz na minha edição anterior (leia aqui ), ao questionar:
Quem cuida de quem cuida?
Quantas vezes no trabalho nós mulheres nos exigimos excessivamente? E quando é em prol de um trabalho que seja visto, reconhecido e valorizado como a escrita? E por fim, mesmo não apreciando a comparação maternidade x trabalho, trago essa analogia, porque diante do fato de eu como mãe e muitas outras, chegarmos no auge do cansaço e esgotamento, por vezes sentindo culpa e até solidão, com rede de apoio não existente para muitas mulheres e mães… pensar em qualidade de vida, saúde física e mental, mesmo sendo importante, pode parecer luxo ou levar mulheres à gargalhadas, achando que é ironia ou piada, não vislumbrando-se neste lugar ou digna de ali estar.
Deixo também essa foto:
Ao finalizar minha caminhada semana passada, me deparei com ela. Fiquei olhando e segunda, tirei essa foto. Não nascemos e vivemos sós, mas sinto que é urgente falar muito mais sobre isso, quem cuida de quem cuida, precisa de rede de apoio, do mínimo, um respiro que seja, para se fortalecer. Olho essa árvore e vejo tantas mulheres, em realidades exaustivas e sozinhas, tendo quê, quando só queria nada fazer. Se olharmos as mães atípicas então, diminui significativamente essa rede e resta ela por ela mesma, no máximo o marido e olha lá…
- Não nascemos e vivemos sós.
Talvez você precise se lembrar disso ou alguém que conhece. Ao ver essa árvore novamente segunda, me fiz lembrar, liguei para uma amiga de infância e nos encontramos no feriado (ontem). Tem “solidão” que pode ser resolvida com o pedido de ajuda ou companhia, mesmo que se sinta vulnerável ao fazê-lo. Nessa valorização quase que insana de “tempo é precioso”…realmente valorizamos o tempo ou só o dinheiros e interesses próprios? Estamos tendo tempo de qualidade com quem amamos, inclusive nós mesmos ou só “girando a rodinha do hamester?!?”
Que possamos crescer internamente, sem máscaras para nós mesmas e ao reencontrar nossa força, que por vezes (ou muitas vezes), se faz justamente na vulnerabilidade, sejamos como essa árvore. A natureza e seu hábito de conversar, mostrar sua sabedoria.
Que se torne um hábito fazer algo que gosta ou relembrar o que te traz satisfação.
Meu convite semanal: pausa, encontro, seu reencontro.
Até semana que vem, abraço!
Raquel Francisco